Livro: A Hora da Estrela
Autora: Clarice Lispector
Editora: Rocco
Número de páginas: 87
Onde encontrar: Submarino / Saraiva
Nota: 5/5 estrelas
Sinopse: A história gira em torno de uma jovem
nordestina, Macabéa, que depois da morte da tia, mudou-se para o Rio de Janeiro
onde era datilógrafa. Era uma mulher feia e muito simples. No rio, se apaixona
por um metalúrgico: Olímpico Jesus. Um tempo depois se vê traída pelo mesmo,
que a deixa para ficar com sua colega de trabalho. Quando a mesma colega de
trabalho aconselha sua ida uma cartomante. E é aí que tudo começa, ou termina...
“Enquanto eu tiver perguntas e não houver
respostas continuarei a escrever”
A resenha do livro:
Bom, esse livro é realmente tocante. No
começo, Clarice acaba criando uma ideia de existencialismo, resumindo ela
começa a história defendendo a ideia que nós existimos porque sim, existimos
porque “uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida”. Provavelmente
ela faz esse comentário simples para dar introdução a simples e incrivelmente
bem feita história de Macabéa.
Macabéa foi uma menina pobre, miserável. Eu poderia
ser mais educada e dizer que ela era humilde, mas não era. Seria se quisesse,
mas a personagem não chegava a se entender como humana, pois para ela isso era
luxo, assim como sentir algo, criticar algo, para ela, era luxo. Ela não se via
com o direito de criar sua própria opinião. É aí que está o ponto, em todo
livro você espera uma reviravolta incrível que vai transformar a história toda,
mas o que realmente acontece...
CUIDADO!
ALERTA DE SPOILER
...é a ilusão de que tudo vai mudar... Que é
quando Macabéa resolve visitar a cartomante, que lhe dá a notícia de que sua
vida vai mudar totalmente, que ela se apaixonará e terá muito dinheiro. A
personagem sente como se tivesse nascido de novo, talvez uma nova chance para
tentar, no mínimo se entender como ser humano. Mas o que acontece é que, o fim
de Macabéa acaba sendo o fim mais besta possível (não foi um besta pejorativo,
ok?) assim como foi o restante de sua vida, besta, simples e totalmente
insignificante (assim como o próprio ‘’narrador falso’’, que Clarice cria no
livro, enxerga ela). Portanto você passa o livro inteiro esperando algo acontecer,
e quando acaba o fato de nada ter acontecido é o mais surpreendente de história
(do jeito que eu digo parece algo tedioso. Mas não é, acreditem).
Em fim,
eu recomendo... Espero que tenham gostado beijos :3